"O Jardim das Aflições" é uma obra prima, não? Foi uma boa lembrança, essa citação que você trouxe, e eu sinceramente não vejo como as coisas podem se consertar a partir desse ponto. No mais, você deve ter percebido que, no sentido contrário dessa repulsa moderna pelo humano, pelo pessoal, está o cristianismo, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, na forma de uma pessoa; no sentido contrário da sanha moderna pela dominação mágica, está a oração que aceita humildemente a força maior de Deus (lembra do Huessy?)
Sim, sim! Eu ainda estou lendo o livro e tem sido uma leitura rica de aprendizados. E com o tempo percebemos que todo esse conflito no mundo é silenciado pela presença libertadora de Nosso Senhor que rompe as prisões terrenas quando à Ele recorremos de toda nossa alma. Como disse Santo Agostinho: "Criaste-nos para Vós e nosso coração não encontrará repouso até que descanse em Vós". Só haverá a verdadeira paz que o mundo tanto almeja quando nos rendermos como Jacó na sua luta em Gênesis 32.
Sim, no livro o Olavo vai explicar exatamente isso ao dizer que, quando o homem perde a relação vertical entre a alma e Deus, ele fica preso no conflito horizontal entre espaço e tempo, ordem social ou ordem natural, (meu comentário ao Êxodo tocou bastante nesse ponto), conflito esse que, a rigor, não vai dar em absolutamente nada.
Essa explicação fica ainda mais bonita e profunda quando relacionamos essa simbologia com a arquitetura das catedrais góticas e com aquele texto do Wilhelm Worringer que o senhor enviou.
Bem observado. Na verdade, você vai perceber que essas intuições sobre a horizontalidade moderna e as suas pesquisas sobre a arquitetura medieval convergem de forma PERFEITA no Worringer. Inclusive, estou aguardando ansiosamente o teu artigo. Já comentei contigo uma vez que sou o teu maior fã 😁
Sim, ele parece resumir bem esses pontos. Eu atrasei o artigo deste mês porque surgiu um novo tema para escrever, mas também não vejo a hora para publicar o artigo das catedrais é realmente algo que já venho matutando há alguns anos. Sou muito grata por seu apoio.
Recentemente tive a mesma impressão sobre certos padrões do mundo, onde datas comemorativas e assuntos virais direcionam com mais intensidade o rumo da vida das pessoas do suas próprias aspirações e valores. É engraçado como que esta suposta ordem, se bem contemplada, revela a falta da mesma, onde somos apenas fantoches do imprevisível, ou melhor, do mesmo padecimento. E Olavo de Carvalho comenta isso, de certa forma, em seu livro "O Jardim das Aflições" onde diz: "A culminação de cem anos de pesquisas sobre o domínio psíquico do homem pelo homem é alcançada no momento em que todas as elites — as que estão momentaneamente no poder e aquelas que lutam para conquistá-lo — se unem num pacto contra a liberdade da consciência individual, consagrando as técnicas de manipulação psicológica e de estimulação contraditória como armas legítimas e aceitáveis na luta das ideias. A partir desse momento, pouco importa quem ganhe a disputa: a humanidade perderá. Comparados a esse império universal da impostura, que importam todos os males menores e locais denunciados e combatidos pelas várias ideologias em disputa? Que diferença faz se a manipulação da mente é empreendida sob o pretexto de manter as massas na passividade de uma rotina conservadora ou de impeli-las a fazer uma revolução? Em ambos os casos, o homem é tratado como um cão de Pavlov. Quer seja adestrado para cochilar mansamente diante da lareira ou para avançar com os dentes à mostra contra os estranhos, um cão é sempre um cão. Perto dessa queda da condição ontológica da humanidade, todos os outros males que a afligem são meras incomodidades corriqueiras. Que importam o racismo, a pobreza, a injustiça social, a corrupção dos políticos, se a arma que se consagrou na luta para conservá-los ou extingui-los é a escravização da espécie humana, a abolição da consciência, a redução das massas a um rebanho de bichos controlados à
distância por uma tecnologia do engodo que destitui o homem do bem supremo que, uma vez perdido, é irrecuperável para sempre?"
"O Jardim das Aflições" é uma obra prima, não? Foi uma boa lembrança, essa citação que você trouxe, e eu sinceramente não vejo como as coisas podem se consertar a partir desse ponto. No mais, você deve ter percebido que, no sentido contrário dessa repulsa moderna pelo humano, pelo pessoal, está o cristianismo, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, na forma de uma pessoa; no sentido contrário da sanha moderna pela dominação mágica, está a oração que aceita humildemente a força maior de Deus (lembra do Huessy?)
Sim, sim! Eu ainda estou lendo o livro e tem sido uma leitura rica de aprendizados. E com o tempo percebemos que todo esse conflito no mundo é silenciado pela presença libertadora de Nosso Senhor que rompe as prisões terrenas quando à Ele recorremos de toda nossa alma. Como disse Santo Agostinho: "Criaste-nos para Vós e nosso coração não encontrará repouso até que descanse em Vós". Só haverá a verdadeira paz que o mundo tanto almeja quando nos rendermos como Jacó na sua luta em Gênesis 32.
Sim, no livro o Olavo vai explicar exatamente isso ao dizer que, quando o homem perde a relação vertical entre a alma e Deus, ele fica preso no conflito horizontal entre espaço e tempo, ordem social ou ordem natural, (meu comentário ao Êxodo tocou bastante nesse ponto), conflito esse que, a rigor, não vai dar em absolutamente nada.
Essa explicação fica ainda mais bonita e profunda quando relacionamos essa simbologia com a arquitetura das catedrais góticas e com aquele texto do Wilhelm Worringer que o senhor enviou.
Bem observado. Na verdade, você vai perceber que essas intuições sobre a horizontalidade moderna e as suas pesquisas sobre a arquitetura medieval convergem de forma PERFEITA no Worringer. Inclusive, estou aguardando ansiosamente o teu artigo. Já comentei contigo uma vez que sou o teu maior fã 😁
Sim, ele parece resumir bem esses pontos. Eu atrasei o artigo deste mês porque surgiu um novo tema para escrever, mas também não vejo a hora para publicar o artigo das catedrais é realmente algo que já venho matutando há alguns anos. Sou muito grata por seu apoio.
Qualquer ajuda que precisar, pode sempre contar comigo.
Recentemente tive a mesma impressão sobre certos padrões do mundo, onde datas comemorativas e assuntos virais direcionam com mais intensidade o rumo da vida das pessoas do suas próprias aspirações e valores. É engraçado como que esta suposta ordem, se bem contemplada, revela a falta da mesma, onde somos apenas fantoches do imprevisível, ou melhor, do mesmo padecimento. E Olavo de Carvalho comenta isso, de certa forma, em seu livro "O Jardim das Aflições" onde diz: "A culminação de cem anos de pesquisas sobre o domínio psíquico do homem pelo homem é alcançada no momento em que todas as elites — as que estão momentaneamente no poder e aquelas que lutam para conquistá-lo — se unem num pacto contra a liberdade da consciência individual, consagrando as técnicas de manipulação psicológica e de estimulação contraditória como armas legítimas e aceitáveis na luta das ideias. A partir desse momento, pouco importa quem ganhe a disputa: a humanidade perderá. Comparados a esse império universal da impostura, que importam todos os males menores e locais denunciados e combatidos pelas várias ideologias em disputa? Que diferença faz se a manipulação da mente é empreendida sob o pretexto de manter as massas na passividade de uma rotina conservadora ou de impeli-las a fazer uma revolução? Em ambos os casos, o homem é tratado como um cão de Pavlov. Quer seja adestrado para cochilar mansamente diante da lareira ou para avançar com os dentes à mostra contra os estranhos, um cão é sempre um cão. Perto dessa queda da condição ontológica da humanidade, todos os outros males que a afligem são meras incomodidades corriqueiras. Que importam o racismo, a pobreza, a injustiça social, a corrupção dos políticos, se a arma que se consagrou na luta para conservá-los ou extingui-los é a escravização da espécie humana, a abolição da consciência, a redução das massas a um rebanho de bichos controlados à
distância por uma tecnologia do engodo que destitui o homem do bem supremo que, uma vez perdido, é irrecuperável para sempre?"